sexta-feira, 25 de maio de 2012

Bosque da Memória - Introdução

                   Sobre o Bosque da Memória





O Bosque da memória é um dos lugares mais importantes do Caern do Forte da Samaúma, lá as árvores registram as histórias das matilhas da Seita, reservado para homenagear os garous mortos a serviço da seita e os grandes heróis do passado. Ele foi criado pela Galliard Uktena Yamiça “Espirais-de-Ébano”, filha do lendário Ubiratã “Presa-da-Grande Serpente”. No coração do bosque há um grande ipê roxo que pode ser visto permanentemente florido.

Uma simples “leitura” dos glifos gravados nos troncos das árvores-registros do bosque, pela própria natureza limitada da linguagem de glifos garou, dá, mesmo aqueles capazes de compreendê-la, apenas uma vaga noção das histórias contadas, para uma melhor compreensão destes registros, a tradição exige que espíritos sejam ligados aos glifos, estes espíritos, quase sempre gafflings ligados ao Totem da matilha em questão, permitem aos interessados vislumbres das antigas histórias através de sugestões sutis e vagas visões do passado. Para despertar os espíritos contidos nos glifos o interessado deve dedicar algum tempo homenageando a memória do Garou ou matilha cuja história está registrada, ceder gnose ao espírito costuma ser encarado como uma forma menos respeitosa, embora eficiente, de obter informações sobre o passado da Seita.

Tradicionalmente o Menestrel dos Guardiões do Utinga é o responsável pela manutenção e atualização das árvores-registros do bosque, esta função respeitável tem sido ocupada desde a fundação da seita por um Galliard talentoso e no momento é responsabilidade da Galliard Roedora de Ossos, Mãe Clarisse “Cata-Retalhos”, que também acumula os deveres de Vigia da Terra.

A Litania está registrada no tronco do majestoso ipê roxo que se destaca no coração do Bosque, cinco outras árvores estão distribuídas em volta dele formando uma espécie de núcleo central ou Coração do Bosque.

A primeira das cinco árvores em torno do ipê que marca o centro do Bosque é uma samaumeira que onde estão gravados os feitos de Tezcat “Resgata-os-Segredos”, o Theurge Uktena que ajudou Guaimiaba a prender o maldito sob a Cidade. Em seguida, outra samaumeira remete a Ykatean “Abre-Caminhos”, o theurge que abriu o Caern quase 50 anos depois da morte de Guaimiaba. A terceira árvore próxima ao ipê roxo é uma castanheira que conta a história de Moacir “Sombra-da-Castanheira”, também Theurge, aquele que foi o segundo líder de fato da seita e governou por inacreditáveis 130 anos. Depois vem a Maçaranduba que registra a história do mítico Ubiratã "Presa-da-Grande-Serpente", o primeiro Ahroun a liderar a Seita, na verdade o primeiro a não ser um Theurge. E, finalmente, há uma embaubeira dedicada à memória de Apoena “Ilumina-a-Noite-Escura”, o Ragabash que dirigiu a seita em seus dias mais difíceis. Estes são os cinco heróis lendários, os cinco primeiros líderes da seita, cinco grandes filhos do Uktena.

Todas as demais árvores do Bosque da Memória estão em volta desse "núcleo", ou coração do Bosque, cada uma representando uma matilha a serviço da seita. Apenas os líderes dos Guardiões do Utinga, por tradição, mantêm uma árvore própria para registrar seus feitos mais relevantes.

O bosque em si tem a forma de uma lua crescente e há várias árvores não entalhadas entre aquelas que registram a história das matilhas de Guardiões do Utinga. Na verdade há menos de 100 árvores-registros em todo o bosque e elas guardam apenas os principais acontecimentos das histórias das matilhas que serviram a seita desde sua criação. Cada matilha formada ou admitida formalmente na seita tem o direito de reivindicar para si uma árvore para registrar seus feitos, mas a tradição impõe que matilhas mais recentes tomem para si árvores mais distantes do Coração do Bosque, pois a área próxima ao núcleo está reservada aos heróis do passado e as árvores dedicadas aos líderes da seita. De qualquer forma a escolha da árvore da matilha está sempre sujeita a aprovação do Menestrel da Seita.

Próximo ao Coração do Bosque, entre algumas das matilhas mais antigas e memoráveis da Seita, há um ipê amarelo que flore apenas durante o mês de outubro, em um altar entalhado em seu tronco pode-se notar uma pequena imagem de Nossa Senhora de Nazaré. Esse ipê amarelo registra os feitos da matilha dos Humildes Servos da Rainha da Amazônia, formada pelo Theurgue Filho de Gaia, Joaquim “Herdeiro-do-Manto-Justo”, o e o Ragabash Uktena, Açuã “Aperta-as-Amarras-dos-Malditos”. A eles é atribuída a descoberta de que o Círio poderia substituir a necessidade de realizar rituais periódicos para manter o poderoso Maldito adormecido sob a cidade.

Entre o "núcleo" do bosque e o ipê amarelo que homenageia Nossa Senhora de Nazaré há um ingazeiro maltratado, com alguns galhos quebrados e tronco estranhamente retorcido que homenageia o infame Ragabash Filho de Gaia, João Batista “Língua-Ferina” Gonçalves Campos, o Cônego Batista Campos, um idealista a quem são atribuídas as ideias por trás da Cabanagem, a rebelião popular que possibilitou as raças metamórficas nativas lançar um ataque em massa contra os Garou do Forte da Samaúma que quase destruiu o Caern na primeira metade do século XIX.

O Bosque Memória é um espaço sagrado protegido pelas muralhas do Forte da Samaúma, uma forma de toda seita homenagear seus heróis e regritar sua história para as futuas gerações e se constitui no maior e mais antigo reservatória da história Garou na Amazônia, embora atenha-se a guardar apenas a memórias dos fatos que influenciaram diretamente a Seita dos Guardiões do Utinga. Não é raro que Galliards de outras Seitas como os Uktenas do Caern do Ninho do Condor ou garous ligados a Seita do Conselho de Guerra, solicitem visitar os registros do Forte da Samaúma em busca de pistas sobre mistérios do passado da região. 

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